Biblioteca Conserveira

Biblioteca Conserveira
Biblioteca Conserveira
Numa cidade com mais de mil anos de história que acolhe uma das mais prestigiadas e antigas Universidades do mundo e a mais antiga de Portugal, a loja da Comur abre-se à cidade de Coimbra no Largo da Portagem, o perímetro do centro histórico. Coimbra é hoje uma cidade cosmopolita vincada pela riqueza cultural, arquitetónica e literária e onde a torre da mais antiga universidade Portuguesa se impõe. 

Coimbra é, afinal, uma lição. Foi aqui que nasceram os reis da primeira dinastia portuguesa e onde estão sepultados o primeiro e segundo reis de Portugal. Foi aqui que se reuniram as cortes de 1385 que decidiram o início da segunda dinastia e foi aqui que nasceu a língua portuguesa - não fosse a relevância deste facto digna do seu próprio parágrafo!

Coimbra foi palco da mais bela e trágica história de amor – Pedro e Inês. Foi aqui, na Universidade de Coimbra, considerada Património Mundial pela Unesco, que se desenvolveu a ciência náutica, exercendo uma forte influência nos descobrimentos que marcaram o início de um novo mundo. E Coimbra é também a cidade que orgulhosamente ostenta uma das mais espetaculares bibliotecas europeias: a Biblioteca Joanina. Situada no Paço da Universidade, foi construída no séc. XVIII por ordem de D. João V e acolhe cerca de 200.000 volumes (entre obras de medicina, geografia, história, estudos humanísticos, ciência, direito civil e canônico, filosofia e teologia), uma rara bíblia hebraica manuscrita em pergaminho e uma raríssima primeira edição dos Lusíadas, a maior e mais inestimável obra literária portuguesa de sempre, fechada a sete chaves e da qual poucos conhecem a localização.

Não é difícil perceber que não podia ser outra a inspiração para a Biblioteca Conserveira, a loja da Comur em Coimbra. As boas vindas fazem-se com uma entrada ampla que destaca o ouro português: a sardinha. Varrida por estantes onde se exibem lombadas de livros conserveiros a oferecer as mais deliciosas joias do mar: cavala, robalo, linguado ou polvo, a Biblioteca da Comur não ignorou as escadas que permitem aceder às obras literário-conserveiras dos pisos superiores que ostentam outros tesouros: trutas, salmão, petinga, peixe-espada ou petinga. Ao centro, uma mesa de estudo oferece outro banquete: carapau, mexilhão, ovas de bacalhau e búzios ao natural. Arcos encimados pelos mais afamados autores da literatura Portuguesa – Camões, Fernando Pessoa, Florbela Espanca, Eça de Queiroz ou Bocage – acolhem verdadeiras obras da arte em conserva: lula, corvina, dourada, atum e bacalhau e conduzem a vista para a glorificação do mar Português que se retrata no teto, por entre caravelas, monumentos e todo o esplendor dos descobrimentos. E ao fundo, o auge da Biblioteca Conserveira: a representação da coroa Portuguesa e o retrato opulento de D. João V, o Magnânimo, que deu o nome à Biblioteca Joanina.  

Visitar a Biblioteca Conserveira depois de visitar a Biblioteca Joanina é imergir numa homenagem à mais extraordinária Biblioteca barroca em Portugal, numa epopeia pelo mar português. É a promessa de uma experiência marcante e sensorial, carregada de história de Portugal. Deve ser por isso que dizem que Coimbra tem mais encanto na hora da despedida…
Mar 2020 | Portugal 2020
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